De onde vem o tiro

Já faz parte da minha história de vida ser mal interpretada. Talvez seja algo kármico, talvez seja algo no meu tom de voz ou no modo de agir, mas, quanto mais o tempo passa, mais me consolida a hipótese que, simplesmente, sou acometida, às vezes, do convívio com pessoas mal intencionadas.
Não estou com isso eximindo-me de erros e atos falhos, mas também não posso crer que o meu mundo seja composto apenas de pessoas de bom caráter. Sim, os pontos de vista são múltiplos e eu sou alguém que minimamente tenho leitura teórica suficiente para compreender a complexidade do mundo, e civilidade capaz de lidar até com a escória. Isso, talvez, seja a minha grande fraqueza: a de aceitar conviver com quem, definitivamente, dá sinais claros desde sempre, de incapacidade de um convívio social saudável.
Pessoas são más e, algumas, de forma proporcional à sua ambição e vaidade. Estas, que não são más por sua natureza, mas por um desejo consciente, são as piores. Contudo, até vírus minúsculos podem ser extremamente perigosos e, atualmente, tenho colocado estas pessoas em sua devida escala de importância na minha vida: nenhuma. Tenho me tornado imune a pequenezas. Quero coisas realmente grandes, como amigos e oito horas de sono. Tenho conseguido isso graças a anjos que surgem na minha vida, enviados de Deus, que me mostram, sem que eu peça, que estou no caminho certo.
Para cada pequeno verme que cruza o meu caminho, brisas de afetos que me fazem erguer os olhos do chão, onde os primeiros rastejam. Comensais da mesma podridão que vão produzir o adubo da árvore que sou, cada vez mais firme. A questão, como disse uma amiga, é que árvore que dá fruto é a que leva pedrada... Paciência, resiliência e confiança em tudo que acredito é que me mantém em pé, apesar de todas as tempestades que já passei.

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