Desrespeito memorial


Um texto de O Liberal, publicado hoje, fala da dupla profanação e o abandono generalizado do Memorial à Magalhães Barata.
Lembremos também do Memorial à Cabanagem, única obra do Oscar Niemeyer em todo Norte e Nordeste do Brasil e que verdadeiramente É um monumento aos heróis cabanos.
Somando-se todos os equívocos, fato é que tanto Magalhães Barata quanto a história da Cabanagem deve ter seu marco memorial respeitado, pela contribuição histórica ao Pará e ao Brasil.
Claro que O Liberal não defenderia o Memorial à Cabanagem, obra de Jader Barbalho (dono do jornal Diário do Pará, seu concorrente), mas isso é apenas um elemento (mínimo) na história e importância da obra e da homenagem, contudo reflete a pequinês da mentalidade local.
Enquanto não se entender que o direito à cultura e memória estão além das visões restritas do ser humano, em função ou cargo público, e vinculados a interesses de momento ao invés do legítimo reconhecimento do valor atemporal da história, continuaremos a fortalecer os discursos que vem e vão a cada quatro anos.

Comentários

Claudia disse…
Posto o comentário de Dulce Rosa, remetido por e-mail:

"Defender a destruição de monumentos que, bem ou mal, falam da nossa historia, me faz vir em mente a Noite dos Cristais e a queima dos livros, na Alemanha nazista.

"Noite dos Cristais (alemão Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht) é o nome popularmente dado aos atos de violência que ocorreram na noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha e da Áustria, então sob o domínio nazi ou Terceiro Reich. Tratou-se de Pogroms, de destruição de sinagogas, de lojas, de habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como judias."

É assim que começa...

Antes disso tinha tido a Queima dos Livros:

"Bücherverbrennung significa em alemão literalmente queima de livros. É um termo muitas vezes associado à acção propagandística dos Nazistas, organizada entre 10 de Maio e 21 de Junho de 1933, poucos meses depois da chegada ao poder de Adolf Hitler. Em várias cidades alemãs foram organizadas nesta data queimas de livros em praças públicas, com a presença da polícia, bombeiros e outras autoridades.

Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelo diretório nacional de estudantes (Verbindungen)."

Não estamos nesse periodo...cuidado, portanto."

Dulce Rosa Rocque é irmã do já falecido historiador Carlos Rocque e presidente da Associação de Moradores e Amigos da Cidade Velha - CiViva. Carlos Rocque foi responsável pela pesquisa histórica que subsidiou a construção dos dois citados monumentos e nome que transformou a história do Pará em tema público, não mais restrito a círculos políticos, intelectuais e acadêmicos, com a publicação de várias obras, inclusive uma enciclopédia sobre o tema, além da edição de suas obras como suplemento de jornais locais.

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