Sobre difamação

Entre todo tipo de gente que convivo, uma espécie eu não tolero: gente com mau caráter. Talvez isso seja defeito de formação. Entre todos os defeitos humanos que meus pais e meus avós poderiam ter, coerência sempre foi a constante no perfil da família.
Gente opiniosa, temos vários na família, e opiniões nem sempre harmônicas. Somos de uma família onde as pessoas se amam e se deixam de falar de tempos em tempos, por discordâncias de focos de vista. Extinto o fato, tornado momento em passado, voltamos a nos falar, já digerida a questão e com as poeiras do tempo assentadas. Tira-se a poeira e dá-se a volta por cima, mais amadurecidos sempre.
Assim é entre pessoas que se respeitam.
Quando não existe respeito, quando a individualidade se impõe sobre o bem coletivo, quando não há inteligência para ver visões diferentes, aí não há diálogo.
Sou uma pessoa que dificilmente (exceto algum ato falho) exponho-me de forma que não tenha controle. Acreditem, toda minha maluquice e empolgação são controladas por um fiel, um limite que me dá a liberdade de ser quem eu sou: coerência ética e profissional, além de uma necessidade (ou vício) de estar sempre baseada em fundamento legal e técnico. Não tenho vocação para balão de gás, perdido da mão displicente e infantil. Embora não tenha uma memória absoluta, sei muito bem o que eu digo, a partir deste gabarito lógico.
Me lembro muito bem o dia em que fiz uma endoscopia e saí com meu marido pelo Comércio. Quer dizer, não me lembro bem. Só me lembro a partir do momento em que a anestesia começou a passar o efeito e eu estava sentada ao computador do fotógrafo Miguel Chikaoka, me inscrevendo para um evento! Quem já bebeu comigo sabe que sou incapaz de sair do meu controle, por maior volume de bebida que tome. Biologia, não sei, mas eu sou assim.
Portanto, jamais digam que eu disse o que eu afirmo que não falei.
Se alguém entende (e deturpa conforme suas conveniências) qualquer coisa que eu diga, isso é outra coisa. Se eu não tivesse firmeza de opinião, não teria um blog ativo há quase quatro anos, me posicionando sempre. Teria medo de imprensa, de dar entrevista, de mostrar a cara, fatos que são facilmente confirmáveis. Admito: eu tremo com microfone na minha mão por dois motivos: me envolvo emocionalmente com o que me afeta e um pequeno problema de base neurológica, que herdei do meu pai, que faz com que eu trema sempre, e mais ainda quando estou enraivecida.
Sim, tudo que sou herdei, dos meus antepassados, das minhas referências, ou conquistei em grandes lutas. Muita gente já quis me vincular a esta ou aquela conjuntura, seja política ou social; fato é que o tempo só me associa às coisas que conquistei com a base e matéria que Deus me deu. Tenho grandes amigos, sou proativa e gosto de ver as coisas acontecerem. Sim, é um vício de querer melhor: eu sempre quero melhor, não pra mim, mas para o coletivo. E como eu expus no início, o coletivo é sempre complicado, complexo em olhares e posturas. Mas nem todas são dignas, e nestas horas a gente se encontra numa situação: ou se processa por difamação (e dá foco para quem não merece) ou ignora, deixa o tempo resolver, deixa o espaço afastar do convívio.
Sinceramente, sempre digo que desejo que os meus inimigos sejam muito felizes, virem astronautas, mudem de país, desapareçam de vez da minha vida. Ao meu lado quero iguais a mim: pessoas dignas e coerentes.
Essa é parte da educação que recebi. Outra parte me resguarda para, se necessário, ir às lides jurídicas: nunca fugi delas. E se eu brigo por "casa velha", não vou brigar por meus direitos?

Comentários

Claudia disse…
Para esclarecimentos sobre o meu desabafo, leiam a retratação: http://casaraodememorias.blogspot.com.br/2012/03/nota-de-retratacao.html

Extinto o fato, sob a óptica jurídica, o assunto se encerra de minha parte. Sob a óptica das relações humanas, também é extinto, pois a minha palavra é firme e única.

Postagens mais visitadas