Mais um casarão que vai cair, apelar a quem?

Semana passada, na quarta-feira, recebi o convite da TV Liberal para falar sobre um casarão no bairro de São Braz que estaria sob risco de desmoronamento.
De fato, o imóvel já possui escoramento em madeira de qualidade, com pinos em aço, o que demonstra a ciência do proprietário sobre o risco de sua ruína. Infiltrações provocadas por tubos de queda externos em ferro trabalhado que foram suprimidos, enraizamento acentuado de vegetação provocando desagregação da alvenaria e todo aquele desenho sutil de fissuras e rachaduras que parecem saltar aos olhos, indicando deslocamentos de panos de paredes e o traçado do croquis de sua ruína..

No fundo do imóvel um fusca da década de 1960 me fez matar saudade da infância, porém num estado tal de ataque de ferrugem que fazia as peças metálicas se decomporem, incorporando-se ao chão. Um outro carro tinha a selagem de 1997, o que indicava a data provável de seu estacionamento.

Este edifício, cedido a um cartório que ocupa um anexo posterior, indica na sua placa ser propriedade do TJE-Tribunal de Justiça do Estado.

Será que o proprietário não sabe
o risco que o acúmulo daquelas sucatas pode causar à saúde pública nestes tempos de dengue? Sim, porque em 1997 já existia dengue...
Será que o proprietário desconhece o Código Penal Brasileiro, que no seu Artigo 256 diz textualmente que
Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Desculpe equipe da TV Liberal que não veiculou a matéria, vou ter que dar esse furo por aqui. Não vai ter a mesma repercussão ou impacto, o que talvez tenha sido esse o motivo da não apresentação da matéria. Porém ando um pouco chateada em dizer as coisas e não ser ouvida, de alertar e, mesmo assim, me sentir omissa por não ter feito mais pela cidade onde moro. Eu não procurei o caso: ligaram pra mim e me puseram frente ao fato, não vou cometer o erro da passividade e subserviência difusa.

Eis os fatos, com fotos para quem quiser fazer uso.

E ao TJE, posso indicar bons arquitetos capazes de propor a recuperação do imóvel, caso seja do interesse. Afinal, não está em área de preservação e, por isso, pode até ser demolido para que o lote seja utilizado de forma mais segura, com arquitetura mais íntegra.

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