Intervenção urbana ou vandalismo?

Toda vez que vejo uma proposta de intervenção urbana me vem esta pergunta. Seria justo intervir numa obra já existente apenas como o suporte de uma nova ideia?
Até que ponto a intervenção é também uma obra de arte, no sentido de provocar uma nova visão de mundo?
A intervenção em Sofia, na Bulgária, sobre o monumento, construído para comemorar o 10º aniversário da Libertação Russa da Bulgária era intocável durante o império socialista. A intervenção faz uma analogia aos militares russos à Liga da Justiça, símbolo da cultura pop norte-americana, do ufanismo heroico do antípoda político. É, parece uma intervenção válida, embora chocante no seu resultado geral.
Sem o mesmo grau de profundidade, Belém tem sido alvo de intervenções em seus monumentos: os manifestantes contra a obra da usina de Belo Monte registraram seu discurso sobre o monumento à República; o Monumento ao Mestre na praça Saldanha Marinho (praça da Bandeira) sofreu intervenções chamadas de "revitalizações" (na verdade um grafitti que se apropriou da base em concreto, sem nenhum outro objetivo).
O que não dizer de mutilações e pichações graciosas sobre os monumentos de Belém, como o dedicado ao Padre Anchieta, na Praça Maranhão (Largo de Santana), em pleno Centro Histórico?
Culpar os órgãos de preservação por todo dano? Ou seria falta de maturidade e civilidade?






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