Diário Contemporâneo - posição de João Ramid

Maria, eu estava me poupando de entrar nesse questionamento dos porque do concurso Diário Contemporâneo de fotografia, idéia apresentada por mim e aceita pelo Jader Barbalho Filho, na época em que montei a editoria de fotografia do jornal Diário do Pará, e que por diversos motivos e confesso, falta de empenho meu, ficou na caminho do tempo.
Quando li que o concurso ia acontecer fiquei entre feliz e aflito, pois tinha certeza de que a fotografia por excelência poderia não ser contemplada visto a tendência da curadoria. Inclusive numa conversa com o Jader Filho, eu cantei a pedra ao ser indagado por ele, se ia ou não participar da seleção no concurso. E por insistência dele inscrevi as fotos anexas, que não foram classificadas e ponto.
Durante minha conversa com o Jader, sugeri que ele criasse dentro do prêmio diário uma categoria somente para o pessoal do grupo RBA / DIÁRIO, nos mesmos moldes do prêmio ABRIL de fotografia, que por sinal ganhei 3 vezes.
Bem, dai acredito que a coisa pegou outro rumo, mas creio que se houver uma próxima edição, talvez sejam feitos os ajustes necessários pra que a coisa seja mais clara e a fotografia realmente premiada.
Quanto a coisa da Amazônia ser outro mundo profissional, concordo, só discordo pelo fato de sermos uma região aonde temos dois climas opostos simultaneamente o que obriga o fotografo a pelo menos ter informações climáticas da região antes de carregar suas baterias.
Quanto ao fato de serem sempre os mesmos grupos a se darem bem, concordo e lamento, porque não faço parte de nenhum dos grupos com comandos políticos na fotografia paraense e é lamentável a discriminação que fazem com quem não pertence aos grupos. Digo isso porque sofro dentro da minha própria cidade, os efeitos discriminatórios.
Mesmo eu sendo um dos primeiros fotógrafos paraenses a ultrapassar os limites de nossas fronteiras e sem apoios políticos ou grupescos, venci pelo resultado profissional do meu trabalho. Pois graças a Deus, mundo afora sou super bem aceito e respeitado como uma das grandes referencias da fotografia na Amazônia Brasileira, talvez pelo fato de ser independente e trabalhar literalmente em todos os estados da Amazônia Brasileira, com isso consigo passear por vários grupos sem me ligar politicamente a nenhum, pois na minha cabeça o que existe é um amor e respeito profundo pela fotografia e não por políticas grupescas.
Acredito que as criticas ao meu amigo que respeito e admiro o trabalho, Octavio Cardoso, não sejam pelo fato de ser um fotografo paraense premiado, mas sim as regras do jogo que não foram observadas. E regra é regra, ou se compre ou não é justo.
Quando falas em se travesti de carioca ou sei l'o que, me lembro que mesmo tendo nascido em Belém, voltado a morar em Belém por opção e amor a região Amazônia, muitas vezes sou confundido com carioca, gaúcho, paulistinha e sempre levo na piada, pois se seu próprio povo não consegue te identificar porque o mundo haveria de faze-lo?
Somos todos brasileiros e o que vale é o amor e envolvimento que temos com nossas raízes, o resto é mundo e a ele pertencemos mesmo sendo de Bujaru ou gramado.
Lamentável mesmo é os grupos a que você se refere tentarem apagar os rastros de quem trabalha e vive fotografia amazônica e não pertença as panelinhas.
Lembro o episódio entalado nas minhas entranhas, do livro de fotógrafos dos anos 80, o qual só entrei por interferência direta do secretário de cultura da época, Paulo Chaves, que ao saber ( e não por minha boca ) que eu não tinha sido convidado a participar. Mesmo eu tendo em oferecido, ficou indignado e 5 minutos depois casualmente me ligou o Sr. organizador do livro, Mariano Klautal Filho ( porque o pai jamais faria isso ) me convidando, e pior, me fez gravar em video mais de uma hora, toda a minha historia e trajetória profissional para colocar no DVD do livro menos de 15 segundos aonde digo que "tenho um bom estúdio e faço qualquer tipo de foto ".
Porra, uma historia profissional eletrizante essa né? Meus amigos e conhecedores do meu trabalho, choraram ao ler lamentaram o desperdício da oportunidade de se fazer um registro sério e imparcial da fotografia paraense.
Será que esse cabra é paraense ou é um não sei de que estado travestido de papachibé?
Só lamento as oportunidades que a fotografia paraense tem perdido com essas atitudes e é esse povo que controla a arte fotográfica em Belém.
Fazer o que né?
Torcer pelas novas gerações....

João Ramid
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