Direito a acesso a quê?

Vamos pensar...
Eu, pessoalmente tenho uma opinião que às vezes bate em choque com outros colegas.

Ponho os pontos para reflexão:

1. Patrimônio é um bem amplo e de direito difuso, isso é, diz respeito a todos nós, tanto no presente como os que virão no futuro. Desta forma qualquer intervenção (destaco, qualquer) deve garantir a leitura do bem em sua inteireza, sem desconsiderar as demandas do tempo.

2. Portadores de necessidades existem e sempre existirão, mas a tecnologia/sistema/legislação de acesso há 20 anos não garantia sequer que eles pudessem se aventurar andar pelas ruas de qualquer cidade. E há dez anos andavam pior que hoje. E daqui há mais dez anos, novos meios surgirão que darão mais segurança ao direito básico de ir e vir.

3. E os edifícios continuarão! Sim, e incorporarão elementos feitos, na maioria das vezes, de forma pouco inteligente, ineficiente e que se tornarão supérfluos! Sonho com o dia que arranjarão coisa melhor que piso tátil!! Aquilo é muito incômodo, para quem tem olhos, imagine para o cidadão de baixa visão!

4. Encontrei exemplos, em Belém, de elementos arquitetônicos como púlpitos e lustres que estavam abaixo da altura mínima legal, por exemplo. E pisos em mosaico ou pedras de lioz. E aí? O que fazer?

5. Acho que determinadas soluções paliativas funcionam, não necessitando de intervenções arquitetônicas. Mas tem quem acredite que seja necessário colocar rampas de acesso a todos os pavimentos, para todos os circuitos. Em um palacete de três pavimentos, mais porão alto e sótão, quem aguenta subir tanta rampa? Acreditem, eu já analisei um processo assim e, claro, reprovei!

O que vale, mesmo, é a solidariedade. Entender os limites dos outros, mas sem limitar os direitos alheios.

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