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Quentinha, só pra ilustrar com as palavras do jornalista e também ator Adriano Barroso o que eu já tinha antecipado:

"Secretário de cultura, Edilson Moura, garante que já existe metade da verba para comprar o São Cristóvão

O Teatro São Cristóvão está a salvo da especulação imobiliária. Foi o que garantiu o secretário de Cultura, Edilson Moura, ontem, em audiência com uma comissão de artistas e estudiosos em cultura popular sobre o futuro do chamado "Teatro dos Pássaros", em alusão à vocação do Teatro São Cristóvão, ao longo dos anos, de servir de palco para a exibição de pássaros juninos. De acordo com o secretário, o Departamento de Patrimônio Histórico (Dphac) já entrou com o processo de tombamento de toda a área - que abriga o prédio do Sindicato dos Chaufferes e o Teatro -, o que já garante a proteção contra a venda do imóvel.

Ainda de acordo com o secretário, o Estado tem interesse em comprar o prédio para a desapropriação do sindicato dos Chaffeures e a posterior reforma do teatro. Nos planos da Secretaria estão devolver o Teatro à cultura popular do Estado e transformar o prédio da frente em sede do Museu da Imagem e do Som.

Em um levantamento preliminar do prédio, técnicos do Estado avaliaram a edificação em R$ 1,8 milhão. Porém, segundo Edilson Moura, a sinalização de R$ 1,5 milhão foi bem recebida pelo presidente do Sindicato dos Chaufferes. 'Já conseguimos a metade desse montante com o Banpará; a ideia é que o restante dos recursos saia dos cofres da Secretaria de Cultura. Mas estamos esbarrando na questão orçamentária', afirmou Edílson Moura.

A simples sinalização de que o prédio volte a abrigar os grupos de pássaros juninos já causou emoção em alguns brincantes presentes na reunião. 'Eu participo de pássaros juninos há 45 anos. Há 20 anos não me apresento no Teatro São Cristóvão. Agora já senti a esperança novamente de ser aplaudido pelo meu público no teatro onde praticamente nasci', declarou Seu Valmir, do grupo de pássaro Tem-tem.

Quanto ao processo que tramita no Departamento de Patrimônio Histórico da Fumbel, que só reconheceu o valor histórico do prédio dos Chaffeures, e tratou o Teatro São Cristóvão como valor imaterial, o estudioso João de Jesus Paes Loureiro, que esteve presente na reunião criticou. 'Tem que haver sensibilidade e conhecimento para tratar de assunto como esse. Não tem cabimento o teatro ficar desse jeito. Não reconhecer o valor histórico do prédio e do movimento cultural que se formou a partir dele é a testar a ignorância. A Fumbel está equivocada', disparou.

Durante a reunião, Paes Loureiro, fez um breve apanhado da história do prédio colocando-o como um dos mais importantes teatros do País, em relação a sua contribuição à cultura popular. 'O pássaro junino é um movimento genuinamente paraense. O teatro (São Cristóvão) faz parte dessa história. Belém não pode deixar essa história se perder', concluiu.

A atriz Esther Sá, uma das coordenadoras do movimento ‘Vida ao Teatro São Cristóvão', continua recolhendo assinaturas de simpatizantes ao movimento para enviar ao Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), para forçar a aceleração do processo de tombamento do prédio. O movimento está se reunindo todas as sextas feiras do mês às 10h, no espaço Cuíra (travessa Riachuelo, esquina com a 1º de Março)."

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